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O Papel do Cirurgião Plástico na era dos filtros e da “Snapchat Dysmorphia”

By 27 de agosto de 2025Nenhum comentário

A busca pela beleza não é um fenômeno novo, mas as redes sociais trouxeram uma nova e complexa camada para essa discussão.

O bombardeio de filtros, selfies perfeitas e a constante exposição a imagens alteradas digitalmente têm criado uma pressão sem precedentes para que as pessoas alcancem um ideal de beleza, muitas vezes, inatingível. É nesse contexto que surge a preocupação com o fenômeno da “Snapchat dysmorphia”.

O termo, criado por um estudo da JAMA Facial Plastic Surgery, descreve a tendência de pacientes jovens que buscam a cirurgia plástica não para corrigir traços reais, mas para se parecerem com suas versões filtradas nas redes sociais. Narizes mais finos, olhos maiores e pele impecável se tornam o novo “normal” em um mundo digital, gerando uma insatisfação crescente com a própria imagem. Você pode conferir a pesquisa aqui.

A diferença entre desejo e dismorfia

A insatisfação com a própria aparência é um sentimento comum, mas quando ela se torna intensa e persistente, pode indicar um problema mais profundo. O Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) é uma condição de saúde mental em que o indivíduo desenvolve uma preocupação exagerada com uma suposta imperfeição na aparência. Para quem sofre de TDC, a busca por procedimentos estéticos pode se tornar um ciclo vicioso, sem nunca alcançar a satisfação, pois o problema não está na aparência, mas na percepção que se tem dela.

A busca por uma cirurgia plástica deve ser motivada por um desejo de melhoria e bem-estar, com expectativas realistas, não pela necessidade de se enquadrar em um padrão digital.

O papel do cirurgião plástico

O cirurgião plástico tem um papel fundamental nesse cenário. Além da avaliação técnica, é sua responsabilidade fazer uma triagem psicológica do paciente, identificando sinais de expectativas irreais ou, em casos mais graves, de Transtorno Dismórfico Corporal.

O profissional deve ter a sensibilidade de ouvir as motivações do paciente, entender o que o leva a buscar a cirurgia e, se necessário, recusar o procedimento. Em casos de suspeita de dismorfia, a conduta ética e segura é encaminhar o paciente a um profissional de saúde mental. 

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) reforça a importância da comunicação transparente e de uma relação de confiança entre médico e paciente. A beleza verdadeira está na individualidade e na saúde integral, e o papel da cirurgia plástica é aprimorar o que já existe, sempre com responsabilidade e respeito.