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Como o cirurgião plástico pode avaliar o preparo emocional do paciente, segundo diretrizes da SBCP

By 30 de julho de 2025agosto 8th, 2025Nenhum comentário

Antes de qualquer intervenção, o cirurgião plástico deve garantir que o paciente esteja emocionalmente preparado.

Por SBCP

Estudos indicam que a maioria das pessoas apresenta boa adaptação no pós-operatório, mas pacientes com histórico psiquiátrico ou com expectativas irreais estão mais propensos a resultados insatisfatórios e arrependimento.

A triagem emocional deve começar por um histórico clínico detalhado, observando sinais de depressão, ansiedade, transtornos de personalidade ou uso de substâncias psicoativas. Ferramentas padronizadas, como o PRIME-MD — questionário desenvolvido para auxiliar na triagem de transtornos mentais em ambientes de atenção primária — podem ser utilizadas para identificar casos que demandem avaliação especializada em saúde mental. Um exemplo de questionário para triagem de distúrbios de saúde mental pode ser encontrado no artigo “Screening for Mental Disorders in Primary Care: The PRIME-MD 1000 Study” publicado no JAMA (Journal of the American Medical Association).

Além disso, é fundamental que o cirurgião investigue as motivações do paciente, avaliando se suas expectativas são realistas ou influenciadas por padrões idealizados, redes sociais ou pressão externa. Também deve considerar o nível de suporte social disponível. Em casos de sintomas intensos ou suspeita de Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), a conduta mais segura é o encaminhamento a um profissional de saúde mental, pois a realização da cirurgia pode agravar o quadro.

O uso de checklists estruturados, que incluem critérios psicológicos, é uma prática recomendada. Esses instrumentos auxiliam na organização da avaliação pré-operatória e na identificação de níveis de risco, promovendo maior segurança na decisão cirúrgica.

Quando há risco emocional elevado, a recomendação é suspender o procedimento e reavaliar o paciente após acompanhamento psicológico. A cirurgia só deve ser realizada após um retorno emocional satisfatório e a formalização de um consentimento informado completo, com total compreensão dos riscos, limitações e expectativas do resultado.

Essas orientações seguem os princípios bioéticos que fundamentam a atuação da cirurgia plástica — autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça — e estão em sintonia com o compromisso da SBCP em promover uma prática segura, ética e centrada no bem-estar integral do paciente.