
A recente proposta do Conselho Federal de Odontologia (CFO) de autorizar dentistas a realizar cirurgias plásticas faciais tem gerado ampla discussão entre profissionais da saúde e a sociedade. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) manifesta sua preocupação com os riscos que essa medida pode representar para a segurança dos pacientes.
Por SBCP
O Conselho Federal de Medicina (CFM) reforça que, por lei, procedimentos estéticos invasivos devem ser realizados apenas por médicos, preferencialmente com especialização em dermatologia ou cirurgia plástica, para garantir a competência técnica e a segurança do paciente.
No ND Mais, portal de notícias do Grupo ND, em Santa Catarina, o presidente da SBCP, Dr. Volney Pitombo, enfatizou o compromisso da entidade com a saúde pública:
“Nós vamos até às últimas consequências, naturalmente legais, respeitando cada um, para saber como eles vão se qualificar. Porque a nossa preocupação maior é defender a população.”
Em entrevista ao Jornal da Band, o Dr. Marcelo Sampaio, vice-presidente da SBCP, ressaltou a complexidade anatômica da face e a necessidade de formação médica abrangente para a realização de procedimentos cirúrgicos faciais:
“São estruturas importantíssimas que passam na face — nervos, músculos, traqueia, esôfago, grandes vasos. Enfim, é preciso uma formação muito completa para que se atue nessa área.”
No Brasil, a formação de um cirurgião plástico leva 12 anos para ser concluída e ainda é necessário obter aprovação na Prova de Título de Especialista, que garante o RQE — registro que comprova a qualificação do médico para atuar com responsabilidade, ética e respaldo científico. Para se ter uma ideia, a formação completa deste profissional inclui:
- 6 anos de graduação em Medicina;
- 3 anos de residência em Cirurgia Geral;
- 3 anos de residência em Cirurgia Plástica;
- Aprovação em exame teórico e prático regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).
Procedimentos como rinoplastia, lifting facial, blefaroplastia e otoplastia são invasivos e exigem não apenas habilidade técnica, mas também infraestrutura hospitalar adequada e conhecimento profundo da anatomia humana. A realização desses procedimentos por profissionais sem formação médica pode acarretar riscos significativos à saúde dos pacientes.
A SBCP permanece vigilante e comprometida com a promoção da segurança e do bem-estar dos pacientes, defendendo que apenas profissionais devidamente qualificados e com formação médica adequada realizem procedimentos cirúrgicos estéticos.
Para verificar se um profissional é membro da SBCP, acesse: https://www.cirurgiaplastica.org.br/encontre-um-cirurgiao/