Queimaduras são um problema urgente de saúde pública no Brasil: afetam cerca de 1 milhão de pessoas todo ano e provocaram quase 20 mil mortes entre 2015 e 2020, segundo o Ministério da Saúde.
Por SBCP
Para vítimas de queimaduras extensas, a cirurgia plástica representa um ponto de virada, explica a Dra. Thais Monte, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Na fase inicial, a atuação do cirurgião plástico vai além de prevenir infecções, troca de curativos e estabilização do quadro agudo. “Na reabilitação, utilizamos enxertos, retalhos e expansores para reconstruir função e aparência”, destaca a especialista.
O caminho até a recuperação funcional é cheio de desafios. Queimaduras profundas podem destruir músculos e ligamentos, dificultando movimentos. Um dos principais desafios após queimaduras profundas é o surgimento de cicatrizes que repuxam a pele e dificultam os movimentos, comprometendo o dia a dia. Além disso, há o impacto emocional: baixa autoestima e risco de não adesão ao tratamento. A Dra. Thais ressalta: “É fundamental atuar não apenas no corpo, mas também no psicológico do paciente.”
Com foco na recuperação dos movimentos e na melhora da qualidade de vida, a reconstrução após queimaduras pode envolver diferentes procedimentos:
- Enxertos de pele, que ajudam a fechar as feridas mais rapidamente e favorecem a cicatrização.
- Retalhos de pele ou músculo, usados quando há perda mais profunda de tecido e é necessário cobrir regiões delicadas, como mãos, rosto ou articulações.
- Expansores de pele, dispositivos colocados sob a pele saudável para gerar novo tecido e facilitar futuras cirurgias, reduzindo cicatrizes.
- Cirurgias para soltar a pele repuxada por cicatrizes, como a zetaplastia, que ajudam a recuperar os movimentos em áreas afetadas.
- Tratamentos com laser e o uso de malhas compressivas, que suavizam as cicatrizes, aliviam a coceira e ajudam a reduzir a dor.
O acompanhamento é longo e dividido em fases:
- Curto prazo (meses iniciais): controlar infecções, curativos frequentes e evitar cicatrizes hipertróficas.
- Médio prazo (até 2 anos): prevenção de rigidez articular, uso de expansores, revisões estéticas e liberação de cicatrizes.
- Longo prazo: manutenção da elasticidade da pele, uso prolongado de compressão, proteção solar, fisioterapia contínua e apoio psicológico.
A cirurgia plástica é essencial no tratamento de queimaduras. Reconstruir forma, função e autoestima exige técnicas variadas e acompanhamento multidisciplinar. Destaca-se a importância de procurar um cirurgião plástico associado à SBCP, especialista capacitado para oferecer tratamento seguro e completo.