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Inteligência Artificial na Cirurgia Plástica: Transformando a Prática Médica com Ética e Inovação

By 30 de May de 2025No Comments

A integração da Inteligência Artificial (IA) na medicina tem promovido uma verdadeira revolução, impactando profundamente diversas especialidades, incluindo a cirurgia plástica. A Dra. Isabel de Figueiredo, mestre em cirurgia pela UNIRIO e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), compartilha sua visão sobre como a IA está moldando o futuro da especialidade, enfatizando a importância de um equilíbrio entre tecnologia e o toque humano.

Por SBCP

“Estamos saindo de um modelo exclusivamente reativo para um modelo preditivo, personalizado e mais eficiente”, destaca a Dra. Isabel. Ela explica que a IA permite a análise rápida de grandes volumes de dados clínicos, imagens, exames e históricos médicos em questão de segundos. Essa capacidade resulta em diagnósticos mais precisos e condutas mais assertivas, além de otimizar tarefas burocráticas e repetitivas. “As ferramentas de IA existentes, e as que estão sendo criadas todos os dias, proporcionam soluções para problemas que nos tomavam muito tempo da nossa prática diária. Tarefas burocráticas e repetitivas estão sendo otimizadas e já não são um peso a mais na nossa rotina”, complementa.

Na cirurgia plástica, a IA já é aplicada em diversas etapas, trazendo avanços significativos:
Pré-operatório: A IA auxilia na análise de exames e risco cirúrgico, permitindo um planejamento personalizado. Dispositivos e algoritmos podem, por exemplo, projetar o possível resultado de uma cirurgia de mamas ou analisar padrões de envelhecimento, ajudando na indicação mais adequada de tratamentos estéticos e até na simulação estética do resultado final.

Intraoperatório: O uso de realidade aumentada e visão computacional guia o cirurgião com maior precisão durante o procedimento, um recurso já consolidado em outras áreas como a neurocirurgia.

Pós-operatório: A tecnologia contribui com o monitoramento por sensores inteligentes e a análise da cicatrização, o que impacta diretamente a segurança do paciente. O estudo “Artificial Intelligence and Postoperative Monitoring in Plastic Surgery”, publicado na revista Plastic Surgery (Oakville), destaca o papel crescente da IA no monitoramento pós-operatório remoto. Impulsionado pela necessidade de manter pacientes fora de hospitais durante a pandemia de COVID-19, inovações como o colete Nanowear – que permite a coleta de dados fisiológicos detalhados, como atividade elétrica cardíaca, análise de ritmo de ECG e frequência respiratória – exemplificam como essas tecnologias visam melhorar a segurança e satisfação dos pacientes, além de reduzir os custos de saúde. A integração da IA no monitoramento pós-operatório representa um avanço significativo, oferecendo soluções eficazes para desafios contemporâneos e promovendo melhores resultados.

Além de sua aplicação direta nos procedimentos, a IA contribui para a otimização da gestão clínica, automatizando tarefas administrativas, agendamentos e a comunicação com pacientes. Isso permite que os profissionais se concentrem no cuidado humano, que, como ressalta a Dra. Isabel, “sempre será o primordial” e “insubstituível”. A empatia, segundo ela, continua sendo a melhor ferramenta.

A Dra. Isabel também enfatiza a importância da alfabetização em IA para os profissionais de saúde: “A alfabetização em IA é necessária para que avancemos nos nossos estudos e para que possamos fazer parte dessa nova realidade.” Ela aponta que muitos profissionais se sentem distantes ou até ameaçados pela IA, quando, na verdade, ela pode ser uma poderosa aliada.

Para aprofundar o conhecimento sobre o tema, a Dra. Isabel lançou o livro “Medicina do Amanhã – A importância estratégica da Inteligência Artificial”. O livro serve como um guia acessível e provocador, mostrando como a inteligência artificial pode ser incorporada de forma ética e prática ao dia a dia da medicina, sem perder o olhar humano. A obra conta a história da IA desde seu início e também traz discussões éticas sobre seu uso, abordando desafios como a formação dos profissionais e a necessidade de regulação ética e legal para garantir que os algoritmos sejam justos, transparentes e que respeitem a privacidade dos pacientes.

Para o futuro da cirurgia plástica, a Dra. Isabel prevê: “Acredito que caminhamos para uma cirurgia plástica mais precisa, segura e personalizada. A IA permitirá não só melhores resultados estéticos, mas também uma experiência mais integrada e fluida para os pacientes.” Ela vislumbra um futuro onde cada paciente terá um plano único, desenhado com base em dados reais, e onde o cirurgião atuará com o apoio de ferramentas digitais inteligentes, mas mantendo o contato humano como o grande diferencial da especialidade.